terça-feira, 2 de junho de 2009

Sondagens Póvoa de Varzim (ainda)

Na passada quinta-feira, 28 de Maio, publiquei um artigo sobre sondagens na Póvoa. Um comentário, publicado em regime de anonimato no dia 1 de Junho, sugeria incoerência da minha parte dado que a sondagem previa uma vitória do candidato do PSD que se veio a verificar e não foi referida no blog. Gostaria que os leitores constatassem que apenas me limitei a salientar a maior assimetria registada entre os valores da sondagem e os resultados que se registaram de facto.
Nesse mesmo artigo afirmo que derrotar o actual poder é uma espécie de “missão impossível”, o que significa reconhecimento da correlação de forças existente, tendo mesmo valorizado o resultado obtido por Silva Garcia e a dificuldade que qualquer candidato tem em derrotar os “dinossauros” da nossa vida política.(Aliás, espero publicar proximamente um artigo sobre seus mecanismos de perpetuação no poder)
Mas para que todos os dados possam ser trabalhados e não restem dúvidas, resolvi acrescentar este post que me parece bastante elucidativo.
A sondagem de 2005 previa 56,9% para Macedo Vieira (PSD) e, na eleição, o candidato obteve 54,2% (-2,7%)
Para Jorge Machado (CDU) apontava para um resultado de 3,1% e, depois de contados os votos, obteve 3,9%. (+0,8%)
A Carlos Mateus (CDS) apontava-se para, apenas, 2,4% e, no acto eleitoral, obteve 7,4% (+5%)
Para Rocha Pereira (BE) previa-se 1,7% e o resultado final foi de 2,5% (+0,8%)
Por fim, para Silva Garcia (PS), havia uma previsão de 16,7%, quando o resultado final foi de 28,5% (+ 11,8%)
Como podem constatar, a sondagem pecou por defeito para todos os candidatos da oposição e por excesso para o candidato do regime. Só que, na minha opinião, apesar da significativa assimetria entre a previsão e o resultado de Carlos Mateus, o dado mais relevante foi o desvio excessivo entre a previsão para Silva Garcia e o resultado final.
É só fazer as contas, como diria o Eng.º Guterres.

8 comentários:

  1. A forma como se tem vindo a analisar os estudos opinião deixa muito a desejar, pela forma como têm sido confundidos resultados brutos com resultados após distribuição dos indecisos (NS/NR).

    Esta não é uma crítica directamente a si, pois não é o único induzido em erro pela forma como a própria DOMP publica aquele gráfico em que os resultados brutos do estudo de opinião aparecem lado a lado com os resultados eleitorais.

    Ora, o problema é bastante simples: nas eleições não há votos indecisos, por isso quando comparamos percentagens de intenção de voto com percentagens de votos expressos devemos certificar-nos de que aquelas percentagens somam 100%.

    O que não é o caso. Façamos então as contas...

    Para o caso da sondagem que refere, tínhamos um total de votos brutos nos vários partidos de 56,9 + 3,1 + 2,4 + 1,7 + 16,7 = 80,8
    ao passo que os votos expressos nas urnas somaram 96,5.

    Mas como distribuir pelos partidos a percentagem de indecisos? (96,5 - 80,8 = 15,7) À falta de melhor, e porque o estudo não indica outra metodologia, façâ-mo-lo proporcionalmente (vulgo "regra de três simples").

    Não dispondo da ficha técnica, e por isso simplificando ao considerar a mesma percentagem de votos brancos ou nulos (3,5%), obter-se-íam as seguintes estimativas daquela sondagem de 2005 para os resultados eleitorais de há 4 anos:

    PSD: 67,9 (obteve 54,2)
    PS: 19,9 (obteve 28,5)
    CDS: 2,9 (obteve 7,4)
    CDU: 3,7 (obteve 3,9)
    BE: 2,0 (obteve 2,5)
    OBN: 3,5 (3,5)
    TOTAL: 100,0 (100,0)

    Assim se pode constatar que o que disse ainda é mais verdade: o único partido "inflacionado" apresentava uma estimativa superior em 13,7 pontos percentuais ao resultado que viria a obter nas urnas.

    João Trocado

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  2. Agradeço o contributo. Coloquei este post em resultado de um comentário que punha em causa a minha coerência ao não valorizar a superior intenção de voto em Macedo Vieira. Na pesquisa efectuada para o post original tinha constatado que se estava a trabalhar para 80,8%. Por esse motivo, nesse post, referi que Silva Garcia tinha praticamente "agarrado" todos os indecisos ou então o resultado da sondagem estava completamente errado.

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  3. Luís, eu tambem vou votar no Renato.

    Orgulho-me de ser Socialista e do trabalho este governo tem realizado nas áreas da economia e educação.

    O povo saberá avaliar e Socrates voltará a ganhar.

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  4. Sobre este último comentário, e com todo o respeito, gostaria de afirmar o seguinte. O facto de demonstrar descontentamento em relação à evolução política no nosso concelho e desejar uma mudança não significa que, a nível nacional, me identifique com a prática política deste governo e muito menos com a metodologia empregue na área da educação em que todos os professores (empenhados ou não, inovadores ou não, pacientes ou não, assíduos ou não...)foram tratados como uma espécie de "bandidos" priveligiados.
    Prezo muito a minha independência e o meu espírito crítico para que, nos diversos momentos eleitorais que se aproximam, votar de modo ajustado a esse espírito e, por consequência, em siglas diferentes ou até mesmo no fundo branco.

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  5. O amigo Luis vai-me desculpar, mas deixou-me confuso.

    Como é possivel que o PS da Póvoa seja bonzinho e o nacional vilão? Haverão 2 PS's, afinal?

    Amigo, PS é PS e é sempre o melhor partido Português. É o nosso partido.

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  6. Está visto que estes últimos comentários são de pessoas apostadas em lançar a confusão e achincalhar o blog.
    Amigo anónimo que já todos percebemos que é do PSD da Póvoa a querer lançar confusão, permita-me um conselho:
    Aqui, tenta-se discutir as coisas de forma séria.
    Você está mal habituado...

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  7. Amigo anónimo das 11.55. Permita-me que lhe diga que deve ser militante de algum partido e, provavelmente, nunca lhe passou pela cabeça questionar, no momento dos actos eleitorais, as propostas concretas, os intérpretes das diversas possibilidades que se colocam porque, provavelmente, se habituou a votar num só símbolo. Antes de 74 é que só havia uma possibilidade: ANP. Agora tem mais. Informe-se, questione que nunca é tarde para se libertar das "amarras partidárias". Então a nível local, em que tem possibilidade de conhecer as pessoas qual é a dúvida?

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  8. Luís, gosto desse sentido crítico e aprecio a tua objectividade, nomedamente no que diz respeito à educação (ter opinião com conhecimento da matéria, é outra coisa...), principalmente num momento em que são várias as vozes que se sentem indignadas quando alguém discorda de medida, ideia ou opinião dos seus dirigentes!....

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