domingo, 21 de junho de 2009

Póvoa: é bom viver aqui!


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Muitos dos leitores deste blog devem pensar que não tenho amor à minha terra, dado que estou, em muitas circunstâncias, numa posição de cepticismo. Hoje em dia, confunde-se muito crítica com falta de apreço ou de gosto por algo. Se alguém aponta uma falha de funcionamento, e infelizmente existem algumas que saltam à vista de todos, é logo associado a uma suposta falta de gosto pela terra que é, apesar de tudo, também sua.
Adoro a Póvoa de Varzim, cidade que vi nascer e crescer, tendo como ponto de origem uma pequena vila piscatória que, nos meses de Verão, sofria uma grande transformação devido à deslocação de milhares de pessoas que faziam da nossa localidade o seu ponto central de férias.
Este fim-de-semana, dei por mim a ver a nossa terra pelo prisma mais positivo possível. A aproximação ao solstício de Verão e a ocorrências de longos dias de tempo quente e seco permitiu-me recordar a qualidade de vida ao ar livre que nos possibilita. Noites longas e propícias para grandes caminhadas ao longo da renovada marginal. Praias com muita gente, mas em que todos couberam. Praias em que, jovens sucessores de gerações amantes do mar, cuja figura mais representativa é o meu amigo Zé Manel (Melrinho para os amigos), mergulharam, nadaram e surfaram até ao pôr-do-sol. Praias em que esses jovens jogaram “aos centros” sem incomodar todas as outras pessoas que se deliciaram com o sol e o mar. Praias em que se iniciaram e desfizeram namoros.
E o aspecto mais curioso, praias em que os “novos apoios” que ainda não abriram ao público cumpriram uma importante função social já que possibilitaram, para alguns dos nossos humildes visitantes, um espaço com muita sombra e com uma enorme base de madeira que foi invadida, permitindo o resguardo das lancheiras carregadas de comidas e bebidas, possibilitando-lhes, de certeza, um dia inesquecível. Os famosos piqueniques, neste fim-de-semana fizeram-se, não em frente às escolas Flávio Gonçalves ou Rocha Peixoto, mas nos novos apoios apenas com um senão, a vista para o mar foi dificultada por uma série de palitos de madeira demasiados próximos uns dos outros (pior só xadrez das esquadras)

4 comentários:

  1. De facto, muitas vezes não nos lembrámos da qualidade de vida que a nossa terra nos proporciona. Mas gostar e viver a Póvoa é também reflecti-la. E parece-me que essa é uma característica indiscutível deste blog...
    Concordando-se ou não com o que é exposto, as opiniões e reflexões aprensentadas encontram-se bem suportadas e demonstram a preocupação com o rumo da Póvoa num futuro próximo.
    Afinal, isso não faz parte do dever cívico dos cidadãos?
    Em relação aos apoios de praia, se calhar há algum engano na sua interpretação e análise... hoje fiquei claramente elucidada sobre a sua função... Numa época de grande calor, em que as praias se enchem, e pouco espaço sobra para colocar a toalha, imagine-se o caos instalado se não existisse um lugar seguro e fresco para guardar as lancheiras. Assim sobram mais lugares para a população se poder instalar nas praias... Afinal, o seu intuito é apenas facilitar a conservação de alimentos, permitindo aos turistas e demais frequentadores das praias melhor qualidade alimentar, minorando o risco de deteoração dos alimentos resultantes da exposição solar... Ainda não tinha chegado a essa conclusão, que me parece agora tão óbvia e pertinente. Afinal, estamos em época de crise por isso, é muito provável que o nº de lancheiras aumente significativamente esta época balnear! Se calhar ainda vai ser necessário construir mais apoios de praia. :-))))

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  2. Vão ser necessárias as forças policiais para cologar os turistas na ordem. Para alem de rebocar carros, vão rebocar pessoas.

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  3. Pois é, mas o que vocês não sabem é que a ASAE ameaçou a turminha da Praça do Almada, "ou constroem os barracos para conservar os farneis fresquinhos ou os piqueniques serão proíbidos".
    Apesar das pressões exercidas por quem gostaria de ver a nossa praia livre de mamarrachos, mais uma vez a "turminha" resolveu à sua habitual maneira. Ah, já me esquecia, não terá sido por causa do primo da tia da amiga da avó da enteada????

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  4. Bons tempos aqueles em que se podia jogar "aos centros" na praia...agora corre-se o risco de ser interceptado por uma força da autoridade dizendo: "é melhor não jogarem à bola aqui, pois podem partir o vidro da esplana XPTO...joguem antes aos passes..."

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