
Nos últimos dias assistimos, em vários municípios, a um conjunto de situações que, passados tantos anos sobre a Revolução de Abril, já não deviam ocorrer.
Em todas, verificou-se que o partido ou grupo de cidadãos que tenta destronar os detentores do poder, inicia essa tarefa com a colocação de outdoors que lancem as suas mensagens ou mostrem os rostos propostos. No entanto, vê o seu esforço posto em causa dado que um conjunto zeloso de funcionários, a mando, provavelmente, de alguém com responsabilidades, encarrega-se de os retirar.
Foi assim, por exemplo, com cartazes de Narciso Miranda em Matosinhos, em que o poder local se encarregou de neutralizar dezenas de cartazes. Neste caso o poder exercido pelo PS não honra as raízes de liberdade e tolerância que estiveram na génese e na história desse partido a nível nacional, bem como da sua figura de referência, Mário Soares.
No nosso concelho, os cartazes, propostos pelo PS local, “Basta” estavam, pelos vistos, a ter alguma eficácia e, sob um pretexto que ainda desconhecemos, alguns foram retirados.
É triste que em Abril, e a tão poucos dias da Revolução dos Cravos, a agenda partidária esteja preenchida com este nível de intervenção que não é digno de uma Democracia consolidada da Europa e lembra mais o conteúdo de algumas das obras de muitos escritores latino americanos de referência quando retratam a realidade dos respectivos países.
Nos próximos dias e para estes e outros casos, vamos ouvir justificações dos detentores do poder a argumentar com a legalidade das decisões tomadas.
Mas podem dizer-nos tudo o que quiserem que não vão retirar a péssima imagem dada que, no caso da nossa cidade, é agravada pela coincidência da retirada dos cartazes "Basta" e a enorme azáfama local de divulgação da imagem da líder do PSD nacional.
Realmente parece que estamos nos tempos do PREC. Só falta colar cartazes em cima dos que já estão colados e pertencem aos nossos rivais.
ResponderEliminarRealmente.
ResponderEliminarComo escreve Manuel Alegre no seu poema "O cravo e o travo ":
_ « Se a História é interdita e não nos resta sequer a escrita
que farei eu com este cravo? »
E como sou por Abril penso que deves continuar a comentar e intervir da forma como tens feito pois nota-se que és um cidadão que Sente e Pensa a cidade da Póvoa de Varzim.
Obrigado por nos presenteares com as tuas crónicas pois revelam uma pessoa intelectualmente honesta.
É caso para dizer BASTA!
ResponderEliminarDevem estar, neste momento, a repô-los porque passei na rotunda onde estava um e havia movimento que me parecia de colocação de outdoors. Ou então a MFL vai ter mais um cartaz...
ResponderEliminarAfinal está tudo na mesma.
ResponderEliminarEntretanto, a quantidade de gente das freguesias que veio assistir à procissão daSemana Santa não teve oportunidade de ser confrontada com os Outdoors.
Há ou não há bruxas?