segunda-feira, 13 de abril de 2009

Yo no creo en las brujas mas que las hay las hay



Nos últimos dias assistimos, em vários municípios, a um conjunto de situações que, passados tantos anos sobre a Revolução de Abril, já não deviam ocorrer.
Em todas, verificou-se que o partido ou grupo de cidadãos que tenta destronar os detentores do poder, inicia essa tarefa com a colocação de outdoors que lancem as suas mensagens ou mostrem os rostos propostos. No entanto, vê o seu esforço posto em causa dado que um conjunto zeloso de funcionários, a mando, provavelmente, de alguém com responsabilidades, encarrega-se de os retirar.
Foi assim, por exemplo, com cartazes de Narciso Miranda em Matosinhos, em que o poder local se encarregou de neutralizar dezenas de cartazes. Neste caso o poder exercido pelo PS não honra as raízes de liberdade e tolerância que estiveram na génese e na história desse partido a nível nacional, bem como da sua figura de referência, Mário Soares.
No nosso concelho, os cartazes, propostos pelo PS local, “Basta” estavam, pelos vistos, a ter alguma eficácia e, sob um pretexto que ainda desconhecemos, alguns foram retirados.
É triste que em Abril, e a tão poucos dias da Revolução dos Cravos, a agenda partidária esteja preenchida com este nível de intervenção que não é digno de uma Democracia consolidada da Europa e lembra mais o conteúdo de algumas das obras de muitos escritores latino americanos de referência quando retratam a realidade dos respectivos países.
Nos próximos dias e para estes e outros casos, vamos ouvir justificações dos detentores do poder a argumentar com a legalidade das decisões tomadas.
Mas podem dizer-nos tudo o que quiserem que não vão retirar a péssima imagem dada que, no caso da nossa cidade, é agravada pela coincidência da retirada dos cartazes "Basta" e a enorme azáfama local de divulgação da imagem da líder do PSD nacional.

5 comentários:

  1. Realmente parece que estamos nos tempos do PREC. Só falta colar cartazes em cima dos que já estão colados e pertencem aos nossos rivais.

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  2. Realmente.
    Como escreve Manuel Alegre no seu poema "O cravo e o travo ":
    _ « Se a História é interdita e não nos resta sequer a escrita
    que farei eu com este cravo? »
    E como sou por Abril penso que deves continuar a comentar e intervir da forma como tens feito pois nota-se que és um cidadão que Sente e Pensa a cidade da Póvoa de Varzim.
    Obrigado por nos presenteares com as tuas crónicas pois revelam uma pessoa intelectualmente honesta.

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  3. É caso para dizer BASTA!

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  4. Devem estar, neste momento, a repô-los porque passei na rotunda onde estava um e havia movimento que me parecia de colocação de outdoors. Ou então a MFL vai ter mais um cartaz...

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  5. Afinal está tudo na mesma.
    Entretanto, a quantidade de gente das freguesias que veio assistir à procissão daSemana Santa não teve oportunidade de ser confrontada com os Outdoors.
    Há ou não há bruxas?

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