quarta-feira, 4 de março de 2009
O palavrão
A linguagem é o meio, por excelência, para a transmissão de mensagens entre todos nós, ou seja para que haja comunicação. Existem as mais diversas formas de linguagem e, cada vez mais, assistimos ao emprego do calão nas formas de comunicação. Admito perfeitamente que, em determinados contextos, o uso do calão puro e duro não seja só uma possibilidade como uma imposição natural. Acho até fundamental que, em determinados contextos, se faça uso do palavrão para ficarmos bem com a nossa consciência e não ficarmos com aquela sensação de que devíamos ter dito algo mais, mas não conseguimos. Que linguagem vai usar uma vítima da tortura para com o seu Jack Bauer? Que palavras utilizará uma simples vítima das vigarices perpetradas pelos administradores de alguns bancos? Em que termos se vai dirigir um familiar das vítimas dos inúmeros casos de genocídio que persistem no nosso planeta?
Mas, contrariamente às suas eventuais origens, usa-se, nos nossos dias, o calão por tudo e por nada, esvaziando completamente o seu interesse, dado que não contribui nada para a assertividade e menoriza os seus utilizadores.
Embora deteste afirmações do tipo “no meu tempo é que era”, a verdade é que assisto, desde a minha idade adulta a um agravamento desta situação que, sinceramente, me incomoda cada vez mais, dado que não há espaço público onde não se assista a espectáculos de calão. É, por exemplo, o miúdo que está na praia e decide dar um mergulho. Ele não se limita a comunicar que vai entrar na água. Afirma que vai dar um fi.. da.. p… de um mergulho. Não satisfeito, quando regressa ao areal, comunica aos seus amigos que a fi.. da.. p… da água estava fria como o ca… e que ficou com os co… congelados.
Lembrei-me deste tema porque, no passado Sábado, tive oportunidade de ir a um estádio de futebol pela segunda vez nos últimos dez ou doze anos. Assisti, no Dragão e na companhia do meu amigo Álvaro, ao jogo Porto – Sporting e nem a fraca qualidade do jogo, nem as permanentes quezílias e mesmo agressões entre jogadores justifica tanto palavrão.
Daqui a dez anos volto aos estádios e tenho que repensar as minhas idas à praia!
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Luís,
ResponderEliminarSubscrevo inteiramente,mas que não seja por isso que deixas de ir à praia! Ao futebol, ainda vá lá, mas à praia?!!
Clementina