quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A importância da reabilitação urbana


Fonte da imagem:

Segundo dados referentes a 2009, disponibilizados recentemente, Portugal é dos países da União Europeia que, em termos absolutos e relativos, menos investe na reabilitação residencial. Enquanto, por exemplo, na Alemanha o sector da reabilitação representava 32% da produção total da construção, Portugal apresentava um peso quase residual de 6%. Esta infeliz tendência prolonga-se para os edifícios com outras funções, nomeadamente os que são utilizados pelo estado para funções políticas e administrativas que estão, em muitos casos, mal dimensionados e a necessitar de intervenções urgentes.
Constantemente, nas cidades, somos confrontados, com dinâmicas que levam à execução de novas construções e, infelizmente, é o próprio estado, através do poder central e local, que fomenta esta espécie de vício de “acabar uma construção e começar outra”. Com esta tendência, as zonas mais antigas das cidades degradam-se, acentuando a tendência para a desertificação e para o aumento de problemas sociais e de segurança.
A comunicação social refere, hoje, o eventual lançamento, em 2010, de um programa extraordinário de apoio à reabilitação urbana, que será bem-vindo, mas é necessário ter consciência que o desafio implicará um esforço de sucessivas gerações e de múltiplos agentes, públicos e privados.
Apesar de, felizmente, não sentirmos esses problemas com a dimensão e gravidade de outras cidades, parece-me indiscutível que, também na Póvoa, a regra geral de sucessivas novas edificações se aplica, tendo surgido recentemente uma alteração aos instrumentos de planificação para incentivar novas construções.
Torna-se urgente uma mudança radical de paradigma nas políticas para o sector da construção, valorizando o sector da reabilitação urbana. Essa alteração, poderia ter impactos positivos não só na qualidade de vida das cidades como também ao nível da criação de riqueza e de emprego. Procedendo a uma espécie de adaptação dos aspectos positivos do programa de remodelação das escolas secundárias referido no último post, poderiam surgir intervenções em edifícios públicos, permitindo o redimensionamento dos espaços que, de um modo geral, são exagerados, libertando recursos financeiros para a implementação desta nova política.
Reconheço que a tarefa é difícil e geracional e que, para a implementar, é necessária intervenção numa área sensível como o arrendamento. No entanto, e pelo exemplo de países mais desenvolvidos do que o nosso, o caminho não será o da permanente edificação de novas construções e o abandono da esmagadora maioria dos antigos.

3 comentários:

  1. O ter retirado da constituição o direito á auto-construção por parte dos proprietários ou reconstrução e alegislação sobre edificação urbana exigir ums série de formalidades que apenas enriquecem entidades bancárias, engenheiros, arquitectos e principalmente construtores civis, que cobram os olhos da cara por um mero orçamento..leva à situação degradante em que se encontram muitos edificios, que nunca estieram como estão agora... A BUROCRACITE, A GANANCIA ou espirirto de sobreviv~encia dos empresários de construção civil, o Lobby que fez sair da constituição o direito à autoconstrução, as regras atrabiliárias dos planos directores e de pormenor que atitulo de exemplo permitem caixas de f´'sforos encasteladas nos grandes centros urbanos sem estacionamento ou lugar par um vaso sequer de mangericos, e obrigam a grandes espaços "verdes" circundantes nas construções mais longinquas..tudo segundo critério de arquitectos que podem ser geniais , mas obtusos em relação aos gostos simples das pessoas do povo... e aengenheiros e outros profissionais , mais preocupados com pormenores técnicos e calculos do que perceber que a cabana africana em colmo e barro é bem mais habitável e confortável que o super apartamento com jakuzi e controle total por via cibernética..mas sem vida e aventura...
    Porque a M+++da é a mesma... que importa que seja evacuada ecológicamente na floresta, ou
    caminhar kms e kms até ao mar e vir de novo nos peixes que comemos?

    ResponderEliminar
  2. Não se fazem intervenções de recuperação de edifícios, devido aos elevados preços cobrados por muitos "empreiteiros".
    A falta de conhecimentos das artes, ligadas à construção civil, por grande parte de proprietários, potencia receios de especulação.
    As câmaras municipais deveriam disponibilizar um gabinete técnico, de apoio, para avaliar as intervenções, emitindo um parecer e um provável orçamento, a solicitação dos proprietários.
    Aumentava-se a recuperação de edifícios mas, em contra-partida, alguns perdiam o maná que as novas construções proporcionam.
    C. Soares

    ResponderEliminar
  3. Enquanto o sistema de fortes ligações e msituras, nas escalas local e nacional, continuar, será impossível essa mudança.

    ResponderEliminar