sexta-feira, 17 de julho de 2009

Caça à multa


Num destes fins-de-semana assisti a uma situação que, no mínimo, é caricata. Estava a regressar a casa e assisti a uma autêntica caça à multa por parte de um membro da Polícia Municipal. Na rua Conselheiro Abel Andrade, que estabelece a ligação entre a Escola Secundária Eça de Queirós e a Avenida Mousinho de Albuquerque, e num Sábado completamente parado em termos de trânsito, pelo menos naquela parte da cidade, estavam dois ou três carros estacionados de uma forma perpendicular à própria rua. Os proprietários eram, provavelmente, turistas que não tinham grande, ou mesmo nenhum, conhecimento do local. No entanto, no piso, estavam marcações antigas que sugeriam aquele tipo de estacionamento e, nem depois de confrontado com esse facto, o agente refreou o seu ímpeto punitivo. Mais importante do que multar os referidos carros, seria elaborar um relatório sobre a situação para que fosse corrigida e não voltasse a induzir em erro os nossos visitantes.
No entanto, esta azáfama da Polícia Municipal, dificilmente pode ser enquadrada numa função reguladora do trânsito já que, nesta e noutras situações, actua sobre quem menos perturba. Aliás, se fossem coerentes, nem precisavam de sair das suas próprias instalações para usar o reboque, já que o estacionamento dentro do parque do antigo quartel é feito, por muitos, de forma abusiva.
Mas esta questão da caça à multa, vai muito para além do exercício profissional de um agente e só pode ser enquadrada, em termos estratégicos e mesmo tácticos, na necessidade de obrigar os automobilistas a usar um dos “ex libris” da cidade, ou seja o caríssimo parque de estacionamento da Avenida Mousinho de Albuquerque.

9 comentários:

  1. O alastramento das zonas pagas nas proximidades da Avenida também ajuda.

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  2. Aconteceu-me uma vez tentar estacionar na referida via mas, não entendendo quais das marcações seria válida e verificando que havia viaturas estacionadas segundo as duas possibilidades, desisti. Desde então nunca mais tentei estacionar lá.
    Se o Prof. Gonzaga me garante que a marcação perpendicular está a mais, talvez tente voltar a estacionar lá.
    No parque da Avenida nunca estaciono por príncipio. Não me agradam espaços PÚBLICOS (de todos nós) com exploração atribuída a agentes privados.

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  3. É ver os carros estacionados na Rua que o nosso iluminado Presidente quis transformar em rua pedonal tipo Junqueira, a Latino Coelho, para verificar que são todos uns bananas ...

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  4. Conclui-se, então, que a nossa cinzenta P.M. multa quando não deve e não multa quando deve. Um exemplo diário e escandaloso: na Rua das Lavadeiras, mesmp nas traseiras da Câmara, além da bem marcada linha amarela, há o sinal de trânsito de proibição de PARAR. Está sempre cheio de carros, e às vezes até em cima da passadeira. Num destes dias, até o incansável reboque da P.M. teve dificuldade em entrar na rua, atrvancada, mas estava tudo bem...

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  5. Também na Caetano de Oliveira e à saída de alguns tak aways, principalmente a seguir ao "Zé das Letras" estaciona-se em 2ªfila, perturba-se a fluidez do trânsito e não se passa nada em termos de actuação da PM.

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  6. Perguntaria eu em que rua ou local desta cidade a policia municipal consegue desempenhar um papel digno de cidadania.
    Enfim!!!

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  7. Creio que a criação das polícias municipais foi uma decisão infeliz.
    No site do Ministério da Administração Interna podemos encontrar um breve resumo do enquadramento e das competências das polícias municipais:
    http://www.mai.gov.pt/lertexto.asp?id=52
    Na realidade, observamos na Póvoa e noutras cidades que as acções das polícias municipais vêm-se resumidas às de simples fiscais de trânsito. O rótulo de Polícia serve apenas para que os agentes, muitas vezes mal formados e sem aptidões, se sintam distintos em relação ao cidadão. Se a isto somarmos o facto bem nosso conhecido de que em muitas autarquias os funcionários são admitidos com base na famosa “cunha”, temos uma conjuntura nada tranquilizadora para o cidadão que se vê confrontado com estes agentes.

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  8. Para ilustrar a minha opinião expressa no anterior comentário pedia um pouco mais de paciência e espaço ao professor Gonzaga para relatar uma pequena situação por mim presenciada.
    Há alguns anos um agente da Polícia Municipal da Póvoa de Varzim, por sinal meu conhecido mas tão anónimo quanto eu, encontrava-se frequentemente destacado em frente à Câmara Municipal para evitar que os clientes mais apressados da Caixa Geral de Depósitos (CGD) estacionassem nos lugares que se encontravam reservados aos Vereadores e ao Presidente da Câmara Municipal para uma rápida fugida até ao banco. Quando alguém estacionava nos referidos locais, o agente lá alertava para seguir para outro poiso, sem nunca se deixar demover pela comum argumentação do “é só um minutinho”.
    Pois uma vez o mesmo agente, em folga ou fora do seu horário de serviço e deslocando-se à civil e em viatura própria, lá estacionou nos lugares reservados para dar o seu saltinho até à CGD. Um dos muitos reformados que na altura se reuniam na Praça do Almada, também meu conhecido e tão anónimo quanto eu, reconheceu o agente e, por malandrice e provocação, chamou à atenção para o facto de o condutor/agente ter estacionado em local reservado. Pois a reacção por parte do condutor/agente foi um movimento de desdém com o braço seguido do comentário “Meta-se na sua vida!”.
    Este caso verídico é elucidativo da falta de formação e até de carácter que anteriormente referi a propósito da Polícia Municipal.
    Como este exemplo de certeza que existirão muitos mais, suficientes para criar um outro Blogue.
    PS:
    Naturalmente que o professor, como responsável pelo Blogue, tem o total direito de não publicar este relato. Ao optar pela não publicação nunca poderia resultar daí qualquer ressentimento da minha parte. Compreendo que se trata de um relato anónimo sobre uma situação que o professor não pode comprovar. Também julgo que se encontra implícita a liberdade para o professor editar este comentário, nomeadamente eliminando este Post Scriptum.

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  9. O autor deste blogue é um homem distinto e com procupações, mas estou certo de que sendo os comentários aqui feitos de forma educada e leal, não se deixa intimidar por qualquer preconceito possivel. O que foi relatado aqui por este ultimo comentador anónimo faz parte da verdade e da democracia em que acreditamos viver.

    Uma vez mais, Parabéns pelo blogue e pelos participacão activa que possui.

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