domingo, 5 de julho de 2009

Aproveita enquanto podes



Neste blog já tive oportunidade, aquando da discussão sobre o Plano de Pormenor da Zona E 54, de mostrar muita apreensão sobre a possibilidade de se verificar um excesso de equipamentos desportivos que coloquem em causa a qualidade de vida que o parque poderá proporcionar. Por essa razão, incentivo todos os poveiros a aproveitarem-no já.Deixei aqui, também, palavras elogiosas em relação concretização do “primeiro terço do parque da cidade”. Faço de seguida uma abordagem muito simples aos factos e, se quiserem, ao curto prazo, numa perspectiva de utilizador.
Gosto do espaço, da interligação de diversos elementos naturais, da recuperação da “pedra reciclada” e da presença e aproveitamento da água naquela área. Acho muito interessante a sua simplicidade e a manutenção de parte significativa da vegetação natural. O único aspecto negativo que senti, ao usufruir do espaço, relaciona-se com o excesso de ruído que a proximidade da A28 provoca e que poderá diminuir com o crescimento das espécies e/ou com a colocação de barreiras naturais ou artificiais.
No entanto, compreendendo a necessidade, por razões político-partidárias, das inaugurações ajustadas às festividades do São Pedro parece-me que houve algum descuido em inaugurar o parque sem existir facilidade no acesso pedonal, não só no arruamento que estabelece a ligação após a rotunda do modelo, que é estreito e os carros passam, por vezes, a velocidades exageradas, como também nos acessos anteriores em que a população se sentirá um pouco como o indivíduo do curto filme que acompanha este post. Na verdade não há uma única “passadeira” nas proximidades do arruamento atrás referido.
Numa perspectiva mais de médio e longo prazo, continuo a defender que o excesso de construção de equipamentos desportivos poderá comprometer a qualidade da área de lazer até porque a argumentação, aparentemente segura, utilizada pelo poder político, de que está apenas concretizado 1/3 do parque deixa-me muito apreensivo. Se os poveiros pensarem bem, e se lembrarem deste projecto de décadas e também do que tem sido a prática política neste últimos anos, concordarão que nada nos garantirá que, para os restantes 2/3 do parque, não surgirão também inevitabilidades construtivas semelhantes às que agora se colocam.

7 comentários:

  1. Olá Luis
    Desculpa o abuso de usar o teu espaço para descarregar a minha indignação, preocupação e vergonha com o que se passou hoje domingo aqui na nossa cidade.
    Uma atitude arrogante, uma falta de respeito para com os direitos das pessoas.
    Realizou-se hoje mais uma prova de atletismo popular na marginal, para o efeito foram cortadas as principais vias de acesso à cidade, não era permitido circular nas principais ruas.
    Nas filas de carros moradores e visitantes tiveram de esperar horas até ao fim deste evento.
    Comerciantes queixosos, moradores indignados e visitantes desesperados nas entradas da cidade optando por voltar para traz e escolher outras alternativas.
    Se não há condições para realizar eventos como este então não os realizem , ou mudem para locais que não causem tanto transtorno à população.
    Uma actitude arrogante, caractristica dos organizadores.
    P.S.- Contei umas dezenas de funcionários da CMPV que concerteza tem direito a horas extras, havia necessidade em tempos de contenção?
    Cumprimentos.

    5 de Julho de 2009 12:40

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  2. Estava inicialmente previsto, para o Parque da Cidade (do tempo do Manuel Vaz que a ideia é dele e não do Macedo ...), a construção de um hotel. O barulho que isso originou na altura... mas não há qualquer problema ... as instalações do Desportivo e Varzim têm mais ou menos 50 anos (décadas de 50 e 60), ou seja, quando se estiver a acabar a 3ª fase (se a primeira levou tantos anos ...), dá-se novamente capacidade construtiva de 1.8 e constrói-se um novo Parque lá para os lados de Rates... e o problema fica resolvido...

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  3. Ligando o primeiro comentário ao tema do post: porque é que não fazem estas corridas no parque da cidade?

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  4. eheheh pro Video. De facto, aquela rua do parque da cidade é perigosa e já há muito avisei, pelo que sei a rua vai desaparecer quando a avenida for prolongada. Penso que não devemos ser excessivamente criticos, chegando à mesquenhez, penso que a camara fez um bom trabalho, eu quero acreditar que tudo vai ser bem feito, visto que está o melhor arquitecto paisagista de portugal à frente do projecto e pelo que fez na Póvoa já deu provas de saber o que faz e com alto nivel. O que cabe, a nós, cidadãos é pressionar para que o parte poente do parque seja feita, para que não se perca mais área e para que se possa usufruir do parque. Convém lembrar que a Póvoa é uma cidade, e não uma reserva ecológica, e a cidade precisa ainda de ser mais urbanizada, logo foi feito para estar envolto por estradas, auto-estradas, prédios, ruas e pessoas. E, criticar isso, desculpem, mas demonstra muita falta de tacto.

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  5. No comentário anterior: "(...) e a cidade precisa ainda de ser mais urbanizada (...)"
    Mais???
    Deve ser empreiteiro!
    Ou queria dizer "arborizada" (nesse caso, faltaria o "muito": a cidade precisa ainda de ser muito mais arborizada!

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  6. Não, não sou empreiteiro, nem estou no ramo da construção civil, mas sou poveiro, interesso-me por urbanismo e formado em engenharia. A cidade precisa de ser mais ajardinada, concordo, especialmente a zona norte, um Jardim Oriental num quarteirão entre casas no Bairro Norte, um grande Jardim-Praça para a Fonte da Bica, Parques Balneares para o alto de Martim Vaz e para o Cabo de Santo André. Simplesmente penso a Póvoa como uma cidade. E, a cidade tem deficiências urbanas, precisa de ser mais urbanizada e organizada, o que não quer dizer ruas estreitas cinzentas onde o sol mal entra e arquitectura medíocre ou destruição da arquitectura tradicional. deixem a Póvoa se modernizar que tem havido algum trabalho excelente nos novos empreendimentos, outros medíocres, convém separar o trigo do joio. quem quer viver numa aldeia ou numa vila-aldeia parola parada no tempo, pode muito bem mudar-se, opções não faltam em Portugal. Além de que essas pessoas que criticam por criticar na net, de poveiros devem ter é nada.

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  7. É curioso o comentário do anónimo anterior. É exactamente igual ao daqueles que, na década de setenta, julgavam e pensavam que o progresso era contruir arranha-céus ... viam os postais de Nova York ... Já agora um conselho: vai a Paris, Londres, Nova Yok e vê as aldeias que existem dentro da cidade. Somos mesmo parolos.

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