quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os Clubes da Póvoa / Plano de Pormenor





Nestas últimas semanas tenho procurado informar-me sobre toda a problemática que envolve a intervenção no espaço do Varzim, Clube Desportivo da Póvoa e Praça de Touros. Estive presente nas duas sessões realizadas até ao momento, revi algumas notas e registos sobre a aprovação do Plano de Urbanização em 2005, li com muita atenção os artigos e entrevistas produzidos na imprensa e blogosfera poveira e segui, atentamente, as declarações e entrevistas dos presidentes dos dois clubes envolvidos em todo o processo.
Na teoria, e apesar de ter defendido neste blog soluções diferentes - ver filme do post anterior, compreendo a posição dos órgãos sociais dos clubes que aproveitaram esta situação para verem os seus terrenos valorizados e reunirem condições financeiras para “deslocalizar” os equipamentos desportivos para áreas mais afastadas mas que podem ser ajustadas às necessidades de espaço que a actividade desportiva exige.
O Presidente do Varzim deixa sempre, de uma forma muito clara, que o que está em jogo é a possibilidade de concretização da “engenharia financeira” referida no post anterior e, concorde-se ou não, percebe-se a “luta” pelo índice próximo de 1.8. Afirma que os erros urbanísticos na Póvoa “são mais do que muitos” e, por isso, não considera justo o relevo que este caso está ter.

Já no que diz respeito à posição do Presidente do Clube Desportivo da Póvoa, surgem-me imensas dúvidas dado que, se bem percebi aquando de uma das suas intervenções, tentou, enquanto profissional ligado à construção, ser o escolhido para a elaboração do plano de pormenor, numa posição que me parece, no mínimo, altamente discutível.
A ser verdade, um distanciamento do cargo de Presidente do Clube Desportivo da Póvoa tinha-lhe ficado muito bem, até porque, contrariamente ao habitual, surgiu uma segunda lista no último acto eleitoral do clube. Não o fazendo na altura apropriada podem facilmente surgir dúvidas sobre as preocupações centrais aquando da elaboração da proposta: defesa dos interesses do clube a que preside ou valorização do conteúdo do seu projecto para a zona E54, numa perspectiva profissional?
Por outro lado, apesar de não ser o autor da versão escolhida, defende, com enorme convicção, a solução encontrada que, segundo ele, “irá alavancar” o processo de edificação do Parque da Cidade, vendo apenas rosas onde muitos vislumbram espinhos, nomeadamente na transformação que o projecto de parque começa a sofrer, tornando-se, cada vez mais, num projecto desportivo que poderá levar à diminuição das condições físicas e ambientais para funcionar, também, como área de lazer.


18 comentários:

  1. Muito bem, como já nos vem habituando!
    A intervenção dos presidentes dos 2 clubes nesta matéria não está à altura dos respectivos clubes.

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  2. O do Despoprtivo a mim não engana e o que é mais revoltante é que quem o apoia sabe que ele está lá para defender interesses pessoais.

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  3. Que mais dizer quando as instituições de utilidade pública não defendem o interesse público?

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  4. A transparência é algo que falha em demasia. Os membros da direcção de qulquer clube devem funcionar sem permitir que haja a mínima dúvida sobre quaisquer conflitos de interesse que possam surgir.
    Se são mcomerciantes devem abstrair-se de comercilaizar produtos com a instituição, se são formadores, devem dar formação em todos os locais menos no clube; se são médicos devem exercer noutras instituições e ...

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  5. e... se são arquitectos devem abster-se de fazer projectos de arquitectura para o clube que presidem.

    Quanto vai cobrar de honorários ao CDP o seu presidente?
    Assim não vale...

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  6. Foi pena que na data das eleições para o CDP os descontentes não fossem sócios ou sendo-o não foram votar ou não quiseram abrir os cordões à bolsa para pôr as cotas em dia ou...
    Agora não vale a pena chorar pelo leite derramado.
    Há um ditado que diz: cada um tem aquilo que merece.

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  7. A legitimidade, neste caso, não é apenas para com os sócios. Não se esqueçam que se tratam de instituições de utilidade pública e que incluem, no seu orçamento, contributos do estado - autarquia, que, no fundo, são de todos os contribuintes...
    E muitos, no CDP, votaram na outra lista.

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  8. Atendendo à evolução dos comentários devo dizer o seguinte. Em primeiro lugar sou sócio do CDP há muitos, muitos anos (sócio 633)e tenho uma ligação sentimental muito forte ao clube resultante do exercício, de forma quase ininterrupta, das mais diversas funções, sobretudo associadas ao basquetebol. Nos últimos anos e pelas mais diversas razões, não pude participar, como gostaria na vida do clube.
    No entanto a questão levantada neste post não tem a ver com militância mas sim com principios que devem estar presentes na participação na vida pública e concretamente em organizações de grande responsabilidade social como é o caso do CDP.

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  9. "Atendendo à evolução dos comentários devo dizer o seguinte. Em primeiro lugar sou sócio do CDP há muitos, muitos anos (sócio 633)"
    Eu sou socio ainda com mais anos pelo numero e tambem atendendo à evolução dos comentários, o que me parece do conhecimento que tenho e que é publico todos os projectos realizados pelo presidente foram oferecidos ao clube como forma de defender os desafios que se depararam de uma forma que estava ao seu alcance. Tal como os projectos do arq silva garcia serviram o clube num gesto também ele louvavel. Se todos os socios contribuirem com o que esta ao seu alcance para as instituições a que pertencem será concerteza o maior gesto de crença no associativismo.
    Mas a verdade é só uma a caça as bruxas é muito mais comoda e divertida!

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  10. Penso que o que está aqui em questão não é a intervenção, ou não, dos sócios na vida activa do clube. A questão que se levanta é uma questão meramente relacionada com ética empresarial.

    É ridículo que, a título de exemplo, o presidente da autarquia x leve a cabo a construção de uma obra pública por intermédio de uma empresa de construção da qual é sócio ou proprietário.

    Da mesma maneira, é também ridículo (e inaceitável) que o presidente de uma associação que dependa de apoios municipais/estatais apresente uma proposta de projecto a título pessoal para uma obra que, por sinal, será o próprio a aprovar, mesmo que conte com a participação de outros órgãos, neste caso, de uma AG.

    Por fim, acredito que a contestação não é apenas um direito dos sócios, é um dever cívico dos sócios, mas também dos munícipes que, de uma ou de outra maneira, estão ligados ao Clube Desportivo da Póvoa.

    Em último lugar, penso também que é ridículo falar em 'caça às bruxas', sugerindo que o que aqui se trata é uma perseguição pessoal, porque a verdade está aí aos olhos de todos. Só não vê quem não quer. Parabéns por mais um excelente post.

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  11. O comentário feito a 14 de Maio de 2009 19:50 é, no mínimo, ridículo.

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  12. Já vi. O Presidente do Desportivo virou benemérito. Vai ser o medalhado no próximo ano pela Câmara.

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  13. Esse gajo é nojento, ve-se a leguas o porque de ele estar la. E nao e por acaso que a mulher dele é filha de quem é!

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  14. Relativamente à participação do anónimo das 19.50 do dia 14 gostaria de afirmar o seguinte:
    1. Quanto à antiguidade de sócio a minha é pública e está identificada; a sua é, pelos vistos mais antiga, mas carece de confirmação. No entanto a minha referência ao facto de ser associado resultou do desenvolvimento dos comentários e nada mais. Por outro lado, o facto de um sócio ter um nº baixo não significa que tenha dado muito ao clube.
    2. No que diz respeito à caça às bruxas deve ter comentado o post errado (coloquei um post sobre a existência de bruxas mas foi no mês passado).
    Falando um pouco mais a sério recordo-lhe que uma coisa é ter uma Direcção de um clube pedir a um arquitecto (Silva Garcia) para colaborar e elaborar projectos e outra completamente diferente é ter o próprio Presidente da Direcção a elaborá-los. Limitei-me a afirmar que a separação de águas seria vantajosa e nada mais.
    3. Critiquei, e tenho esse direito, a defesa tão forte do plano porque, como deve calcular, tenho manifestado uma posição diferente.

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  15. É tudo uma questão de ética.
    Ou se tem ou não.
    Parabens por mais um excelente post!

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  16. na minha opinião, a tramoia ja estava pensada há muito pelos cabecilhas da camara.
    o varzim e o cdp foram anjnhos.
    é como criar primeiro as necessidades e depois esperar o "inevitável".
    reparem como o prédio a edificar tem uma solução de continuidade igual, como se de um projecto só, de um promotor ou ace de promotores só, de uma ideia só, mesmo antes do acordo do cdp.
    os associados do cdp que votarem na alienação do tereno vão ser comidos de cebolada.
    houve duas listas a sufrágio, uma a defender a saída do cdp dali e outra não, preferindo a ampliação das instalações no local, com eventual exploração de um parque subterraneo com um ou dois pisos e eventual construção de uma unidade hoteleira de pequena dimensão, salvo erro.
    os socios do cdp escolheram a lista A, mas eles nãp pensem que ficaram legitimados para alienarem o patrimóniodo clube, a última palavra cabe aos associados, pese embora que a direcção, cf e cg sejam unanimes e de caso pensado, até porque o caldeira já tem o projecto para o sítio do pica pau amarelo.
    só mais uma achega. o projecto apresentado pela camara agora contempla um centro comercial, mas este funciona como manobra de distracção, qual lebre nas provas de atletismo de fundo.
    a contestação agora é contra tudo, mas quando os cabecilhas disserem que "pensando melhor" o centro comercial não faz sentido ali, nessa altura, nós, pensando que obtivemos uma vitória (ainda que parcelar) fomos comidos de cebolada.
    enfim, jogos de poder e de bastidores. nós só sabemos aquilo que vem na comunicação social e esta só comunica aquilo que os outros dizem, ou seja, aquilo que lhes convem dizer.
    haja pachorra!

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  17. O que aqui está em causa, não é só os interesses do VSC e DCP, mas sim o interesse da Póvoa e dos Poveiros. Porque mais uma parcela "livre" da Póvoa vai ser edificada como o muro de Israel.

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  18. "Associativismo" e contribuição com o que está ao alcance" seria sim válido, se o Projecto fosse elaborado de borla! Isso sim seria "associativismo"!!!

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