“Factos são teimosos, mas as estatísticas são mais flexíveis.”
- Mark Twain
Durante esta semana tomámos conhecimento de uma sondagem DOMP/Rádio Onda Viva sobre as intenções de voto para as próximas eleições autárquicas.
Segundo a informação disponibilizada no site da Onda Viva os resultados prováveis do próximo acto eleitoral apontam para uma vitória esmagadora do actual presidente da Câmara com 50,4%, seguido do PS com 14,5%, CDS com 3,3%, CDU com 3,2% e BE 2,5%.
Tive conhecimento desta sondagem bem antes da sua divulgação através da blogosfera. Neste espaço sentia-se um certo sentimento de revolta dado que estes números, se “forem factos” sugerem, não só a manutenção da forte maioria absoluta como até a sua consolidação no caminho do tão ansiado, pelo actual poder, unanimismo quase absoluto,ficando de fora apenas alguns “bandidos” como eu.
Por outro lado, os dias anteriores tinham sido animadores para o candidato do PS, Renato Matos, que teve uma sessão de apresentação com a presença de muitos poveiros, que lhe poderia dar o ânimo necessário para a difícil tarefa que tem pela frente. Fica realmente a sensação de que esta sondagem é útil ao poder, já que é uma forma de afirmar qualquer coisa do tipo: “estás a animar-te, então leva lá com os números”.
Para tirar as dúvidas lançadas na "blogosfera local"que sugeriam, insistentemente, tratar-se de uma “encomenda”, consultei os resultados da sondagem efectuada pela mesma empresa em Julho de 2005 e constatei, sem grande surpresa, que atribuía a Silva Garcia, 16,7% das intenções de voto, quando, no acto eleitoral conseguiu 28,5% dos votos e, como sabemos, três vereadores. Isto apesar da ficha técnica apontar para uma margem de erro de 5%. Os factos são realmente teimosos mas a flexibilidade desta estatística exagera. Estranho. Das duas uma:
• Ou a sondagem estava realmente errada e, sendo assim, não há motivos para confiar nesta, nomeadamente quando atribui apenas 14,5% a Renato Matos.
• Ou o arquitecto conquistou, num espaço de tempo muito curto, quase todos os indecisos.
Não pensem que com este post, considero que vai surgir na Póvoa uma alteração política significativa. Aliás, entendo que a votação conseguida por Silva Garcia em 2005, no contexto em que estamos inseridos dominado por diversos mini poderes ao nível das freguesias e do associativismo, foi bastante significativo. A manutenção dessa base de eleitores, por parte do actual candidato do PS, é decisiva para que, num quadro de abandono, forçado pela lei, do “dinossauro” da Póvoa, seja possível, nas autárquicas de 2013 a desejável mudança.
Curiosamente e por falar em dinossauros, no jornal Póvoa Semanário de 13 de Julho de 2005, Macedo Vieira afirmava que “…se cumprir 16 anos de vida pública (está a acabar de cumprir), provavelmente darei por finda a minha intervenção autárquica” e Mário Almeida, da nossa vizinha Vila do Conde, dizia que, após o acto eleitoral de 2005, “iria preparar o caminho para deixar o município em boas mãos”.
Aguardámos a resposta, sabendo de antemão que nem um nem outro estão agarrados ao poder, mas que, provavelmente, Vieira prolongará a sua vida pública e autárquica e as boas mãos são apenas as do próprio Almeida.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Brilhante.
ResponderEliminarJá repararam que os dinossauros, mesmo quando os partidos lhes retiram a confiança concorrem como independentes e lá se vai a eventual ideologia?
ResponderEliminarVer Isaltino Morais, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Narciso Miranda e tantos outros. Porque será?
O último parágrafo deste post faz todo o sentido.
Concordo,por inteiro, com esta reflexão.
ResponderEliminaré pura matemática essa sondagem pena é que hajá muita negativa á disciplina
ResponderEliminarPS 14.5 ?
CDS 3.3 ?????