domingo, 22 de novembro de 2009
A moda do “Take Away”
Todas as pessoas são livres de comer o que bem lhes apetecer. Comida tradicional portuguesa, pastas italianas, sopas e/ou saladas, produtos vegetarianos, fast-food e tudo o resto.
Todos são livres de comer onde lhes apetecer. Podem correr para casa e cozinhar, ir ao restaurante, telefonar e solicitar a entrega de comida em casa ou, como está agora muito na moda, comprar a comida nos Take Away, levando-a em sacos de plástico mais ou menos gordurosos.
É interessante verificar que o número de empresas que aplicam este conceito e se instalam na nossa cidade parece crescer na mesma proporção do aumento das dificuldades financeiras das famílias.
Somos cada vez mais pobres e endividados, mas não nos deslocámos à padaria para adquirir o pão e consumi-lo em casa. Tomámos o pequeno-almoço no café, gastando nesse momento mais do que muitos poderiam gastar, em média, durante todo o dia.
Somos cada vez mais pobres e endividados, mas não economizamos cozinhando em casa para a nossa família. Vamos aos restaurantes e, em alternativa e cada vez mais, aos Take Away afirmando, com aparente convicção, que essa decisão é muito mais económica do que a confecção em casa das nossas refeições.
Se continuarmos a estabelecer a relação entre a natureza do consumo e o grau de pobreza dos consumidores, continuamos a verificar que, salvo honrosas excepções, o desperdício ocorre também com “as pequenas vinganças” ou supostos “nivelamentos” para com os mais ricos e que se manifestam na aquisição, “em suaves prestações”, de telemóveis de última geração, plasmas com muitos centímetros e muitos outros aparelhos apelativos cujos encargos financeiros estão para essas famílias como os terríveis juros da dívida externa para os países menos desenvolvidos.
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os culpados desse conceito de viver acima das possibilidades..foramos engenheiros e arquitectos que conceberam a vida em flats...o acesso ao crédito...come agora e pagas depois...em vez do contrário... paga primeiro e depois terás...
ResponderEliminarOs engenheiros e os arquitectos são responsaveis pelo acesso ao crédito! Boa Renato, boa!
ResponderEliminarCuidado com o que dizes, Renato.
ResponderEliminarOlha que, se o teu camarada Silva Garcia sabe que andas a dizer mal dos Arquitectos, ainda te trama.
Ainda te acontece como ao Professor Charrua.
Quem é que vez á frente das empresas na gestão...engenheiros, economistas e contabilistas...São eles os responsáveis pela crise...
ResponderEliminarA lengalenga dos portugueses a viver acima das suas possibilidades parece-me uma fórmula fácil que encaixa em tudo.
ResponderEliminarOs Take-away são uma oportunidade de negócio que resulta de uma necessidade das pessoas e não de um luxo de quem vive acima do orçamento familiar. Por um lado, preenchem a falta de tempo de quase todos para fazerem um jantar/almoço e por outro lado praticam preços bastante acessíveis. Basta ter frequentado alguns deles para se ter um ângulo diferente de abordagem do crescimento que se verifica nos concelhos da Vila e Póvoa.
Dependendo dos sítos e dos gostos, as doses vendidas podem chegar ao preço rídiculo de 4€, em muitos deles com salada e sopa. Meio dose, para quem quiser poupar, pode dar para 3 pessoas (5€/6€), complementado com mais qualquer coisa que se tenha em casa, permite poupar tempo e dinheiro. É esta, parece-me, a fórmula que leva as pessoas a optarem pelos take-away, não a ideia de luxo de quem não quer cozinhar e prefere gastar dinheiro.
Faz-se uma refeição a um preço baixo com alguma qualidade sem necessidade de optar por fast food, por exemplo...
Não serão os take-away um sinal de empobrecimento? A loja chinesa das refeições?
RUI..há sempre um lado bom de cada coisa...Como diria Santo Agostinho:
ResponderEliminar"Mau não é o COMÈRCIO, maus podem ser os comerciantes"...