
Todas as pessoas são livres de comer o que bem lhes apetecer. Comida tradicional portuguesa, pastas italianas, sopas e/ou saladas, produtos vegetarianos, fast-food e tudo o resto.
Todos são livres de comer onde lhes apetecer. Podem correr para casa e cozinhar, ir ao restaurante, telefonar e solicitar a entrega de comida em casa ou, como está agora muito na moda, comprar a comida nos Take Away, levando-a em sacos de plástico mais ou menos gordurosos.
É interessante verificar que o número de empresas que aplicam este conceito e se instalam na nossa cidade parece crescer na mesma proporção do aumento das dificuldades financeiras das famílias.
Somos cada vez mais pobres e endividados, mas não nos deslocámos à padaria para adquirir o pão e consumi-lo em casa. Tomámos o pequeno-almoço no café, gastando nesse momento mais do que muitos poderiam gastar, em média, durante todo o dia.
Somos cada vez mais pobres e endividados, mas não economizamos cozinhando em casa para a nossa família. Vamos aos restaurantes e, em alternativa e cada vez mais, aos Take Away afirmando, com aparente convicção, que essa decisão é muito mais económica do que a confecção em casa das nossas refeições.
Se continuarmos a estabelecer a relação entre a natureza do consumo e o grau de pobreza dos consumidores, continuamos a verificar que, salvo honrosas excepções, o desperdício ocorre também com “as pequenas vinganças” ou supostos “nivelamentos” para com os mais ricos e que se manifestam na aquisição, “em suaves prestações”, de telemóveis de última geração, plasmas com muitos centímetros e muitos outros aparelhos apelativos cujos encargos financeiros estão para essas famílias como os terríveis juros da dívida externa para os países menos desenvolvidos.
os culpados desse conceito de viver acima das possibilidades..foramos engenheiros e arquitectos que conceberam a vida em flats...o acesso ao crédito...come agora e pagas depois...em vez do contrário... paga primeiro e depois terás...
ResponderEliminarOs engenheiros e os arquitectos são responsaveis pelo acesso ao crédito! Boa Renato, boa!
ResponderEliminarCuidado com o que dizes, Renato.
ResponderEliminarOlha que, se o teu camarada Silva Garcia sabe que andas a dizer mal dos Arquitectos, ainda te trama.
Ainda te acontece como ao Professor Charrua.
Quem é que vez á frente das empresas na gestão...engenheiros, economistas e contabilistas...São eles os responsáveis pela crise...
ResponderEliminarA lengalenga dos portugueses a viver acima das suas possibilidades parece-me uma fórmula fácil que encaixa em tudo.
ResponderEliminarOs Take-away são uma oportunidade de negócio que resulta de uma necessidade das pessoas e não de um luxo de quem vive acima do orçamento familiar. Por um lado, preenchem a falta de tempo de quase todos para fazerem um jantar/almoço e por outro lado praticam preços bastante acessíveis. Basta ter frequentado alguns deles para se ter um ângulo diferente de abordagem do crescimento que se verifica nos concelhos da Vila e Póvoa.
Dependendo dos sítos e dos gostos, as doses vendidas podem chegar ao preço rídiculo de 4€, em muitos deles com salada e sopa. Meio dose, para quem quiser poupar, pode dar para 3 pessoas (5€/6€), complementado com mais qualquer coisa que se tenha em casa, permite poupar tempo e dinheiro. É esta, parece-me, a fórmula que leva as pessoas a optarem pelos take-away, não a ideia de luxo de quem não quer cozinhar e prefere gastar dinheiro.
Faz-se uma refeição a um preço baixo com alguma qualidade sem necessidade de optar por fast food, por exemplo...
Não serão os take-away um sinal de empobrecimento? A loja chinesa das refeições?
RUI..há sempre um lado bom de cada coisa...Como diria Santo Agostinho:
ResponderEliminar"Mau não é o COMÈRCIO, maus podem ser os comerciantes"...